terça-feira, maio 24, 2005

Campeonato Nacional Época 2004-2005 - Analise

Estamos no fim e vamos fazer as contas.

Para começo, nada como evocar o fim : Campeões! Esse vai ser o sumo a tirar já saudosa época 2004-2005.

Se começarmos a rever os posts vamos ver que em Agosto todos apontavam em uníssono o FC Porto como maior candidato ao título. Porquê? Mais razões não houvesse, eram campeões nacionais em título. É claro que não eram só campeões, mas bi campeões e a somar a isso eram também campeões europeus e tinham ganho a supertaça. E ainda nem falámos de jogadores. Fabiano, Diego, Quaresma só para falar dos mais caros.

Perante este cenário, Benfica e Sporting, com novos treinadores mas com o mesmo edíficio directivo dos seus antecessores. E se Trapatoni se apressou a tentar mexer o mínimo (porque também entrou em acção muito mais cedo), já Peseiro quis pôr tudo à sua imagem.

O começo foi fundamental. Mal na Pré- Eliminatória da CL, mal na Supertaça, o Benfica fez questão de entrar a ganhar no campeonato, fazendo 13 pontos nos seus primeiros 5 jogos. Já o Porto começou com empates. O Sporting, ainda à procura do seu melhor esquema, entrou mal e perdeu muitos pontos de inicio. Depois o primeiro clássico.

Com a vitória do Porto na Luz e com os primeiros resultados do Sporting a aparecerem, todos se regeram pelo antecedente. O Benfica estava condenado a cair na classificação e o Porto a disparar até ao título. O Sporting era a incógnita.

Aguardava-se agora com expectativa o segundo clássico. O Porto - Sporting. Na Luz era a época das vacas magras com metade do plantel lesionado, um treinador vaiado e muito, muito pouco futebol. As bancadas exigiam cabeças. Estavamos em finais de Outubro.

A 7 de Novembro constatava-se a "normalidade". O Porto dava 3 no Sporting e reforçava a sua posição na bolsa de apostas pelo título. Era agora a hora dos pequenos. Até 9 de Janeiro, e ao Sporting - Benfica, o tempo era de pensar na gestão dos jogos entre europa e campeonato, e de somar pontos, muitos pontos, até 2005. E quem falha mais? O FC Porto! Derrotas com Beira- Mar e Boavista em casa, empates com Rio Ave, Maritimo e Académica dão alento a um tremendamente frágil Benfica que lá ia amealhando uns pontinhos entre vergonhas em Belém e em Leiria e a um Sporting em crescendo que teve os seus pontos altos em casa frente ao Boavista e em Guimarães.

Já em 2005, o mercado de Inverno. O Sporting despacha Tinga e contrata Mota. Da enfermaria recruta Sá Pinto e do "aviário" Moutinho. O FC Porto contrata ao kilo e despacha só a pensar no dinheiro. Saiem Carlos Alberto, Derlei, Peixoto, Hugo Almeida e Hugo Leal (os três últimos para fazerem excelentes segundas voltas) e entram um chorrilho de enganos de onde só se salva Ibson. Na Luz, mais importante que a entrada de Nuno Assis (na minha opinião) dá-se a saída de Zahovic e de Argel (as tais cabeças que tinham de rolar pelas más exibições). Com a saída destes Veiga e Vieira trasmitem ao grupo que os mais velhos devem ser exemplo sim, mas um exemplo pela positiva. Entram também Delibasic e André Luiz, saindo Amoreirinha, Yannick e Sokota. Da enfermaria vem, definitivamente, Mantorras.

No derby eterno, em Alvalade, o Sporting vence por 2-1 e sobe ao primeiro lugar do torneio. Mas esses três pontos ficam logo a seguir na Choupana. No Porto tudo se complica. E a derrota com o Braga, em casa, faz cair Victor Fernandez. Em Lisboa, o pessoal agradece a instabilidade.

O Benfica, depois de "dar" quatro ao Boavista, cai em mais uma burrice, perdendo em casa com o Beira-mar. Temeu-se o normal. O Sporting lá ia, agora mais consistente, mais corpulento, mais efectivo, e todos aguardavam pelo FC Porto- Benfica, agora que o campeonato assistia à entrada de um outsider na corrida, o Braga. Eis que o clássico chegou. Nas primeiras cinco jornadas da 2ª volta, Benfica e FC Porto tinham feito 10 Pontos. Jogava-se à roda bota fora no Dragão. Contra o mais provável dos cenários, o Benfica pontuou. E começou a acreditar em si mesmo. Encontrou a sua fórmula. Uma fórmula de força, baseada em Petit e Manuel Fernandes, e de acerto defensivo, dependendo de Miguel, Luisão, R Rocha e dos Santos. À frente, um golo passav por goleada.

O Sporting por esta altura estava mal, perdendo em Belem e em casa com o Penafiel, o FC Porto no seu pior (0-4 em casa com o Nacional!!!!!) e o Benfica no seu mais ou menos. O Braga não cedia terreno.

Sporting - FC Porto! Um jogo decisivo no campeonato. Às portas de um calendário muito acessível, bastava ao Porto pontuar para encarar o resto da prova com optimismo. O Sporting, vindo de duas derrotas, ou ganhava ou saía de jogo. Mas mesmo ganhando por 2-0, o Sporting traçou na falta de ambição de Peseiro ( que a jogar contra 9 não pensou que golear o Porto podia valer o desempate em caso de igualdade no fim do campeonato) o seu destino.

Depois, até ao clássico na Luz, jogava-se um desconcertante ombro a ombro. Contra os "pequenos" desde o Sporting- FC Porto ao Benfica - Sporting, o Benfica perdeu 8 pontos e o Sporting dois, recuperando a desvantagem pontual para o rival encarnado. Tudo parecia verde!

Na calada, o Braga desperdiçou a luta pelo título ao perder em casa com o Sporting. Mais à vista mas "a correr por fora" o Porto não conseguiu melhor que perder no Bessa, e empatar em Moreira de Cónegos.

Mas eis que surge um senão. Liedson no último instante do jogo com o Guimarães pune o Sporting com a sua ausência do clássico. Peseiro, sem o seu desequilibrador nato, decide apostar em empatar na Luz. Mais uma vez, perde a aposta. De novo por falta de ambição.

Do outro lado, Trap fazia maravilhas de uma equipa de sonho, pois só em sonhos imaginou aquela equipa a vencer. Estava a um ponto. UM. Mas com o Porto ainda a sonhar atrás de si. E só o Porto! Tivesse Peseiro a ambição dos meninos que tão bem fez jogar e não teria sido assim.

O final do torneio, esse ainda está bem presente. Empate no Bessa e festa na Luz. O Benfica era pela 31ª vez campeão nacional!

Como conclusões, tiro as seguintes:

Assistimos desde Agosto ao mais fraco de todos os campeonatos. No fim, ganhou o Benfica, como podia ter ganho Porto, Sporting ou Braga.

Na Luz houve sofrimento, balneário, entrega, raça, força e espírito de equipa. Adjectivos que costumam vir do Norte do país e equipar de azul e branco. Mas não tendo havido muita qualidade, houve a suficiente para ganhar uma prova onde todos insistiram em ser sempre um pouco piores que os encarnados.

Em Alvalade houve talento, qualidade, bom futebol mas faltou o que falta aos novos. Regularidade, descernimento e frieza nos resultados. Mesmo, ou especialmente, aos treinadores.

O Porto foi uma desilusão para os seus adeptos, incomparavelmente inferior ao Porto que o antecedeu em todos os aspectos.

Fecho com este post longuérrimo a analise a esta vitória do meu clube. A partir de hoje, é história!

Venha a Taça!

Um abraço,

Guifes

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