segunda-feira, maio 16, 2005

33ª Jornada - O mais lindo dos jogos

Derby é sempre derby.

Vê-los entrar alinhados, uns de vermelho e outros de verde e branco, com público e entusiasmo a rigor, é sempre memorável. De tal forma que há sempre uns instantes que nos fazem esquecer a tabela classificativa, e pensar que ganhar o derby é ganhar tudo o que há para ganhar nesse dia.

Desta vez era diferente. Era decisivo. O Benfica até sábado tinha claudicado sempre no momento em que era ganhar ou sair de cena. Bruxelas, Supertaça e Moscovo e um histórico de dez anos de campeonato. Um empate e estávamos outra vez fora.

Iamos jogar contra um dos finalistas da Taça UEFA, no seu melhor momento da época, com jogadores que embora cansados, estavam super motivados. E mais que motivados, são jogadores bons. Alguns mais que isso. A somar a isto está o grande mérito de Peseiro nas suas opções tácticas e modelo de jogo e o seu plantel de meninos e homens feitos, cheio de soluções, de opções e qualidade. Apenas sem Liedson, o seu melhor marcador, mas por sua culpa.

Contra tudo isto Quim e as suas limitações, Miguel a pensar na Juventus e nas dores nas pernas, Luisão que já é do Inter, Rocha que quer sair, dos Santos e Petit já nos seus trintas, Manuel Fernandes e Simão pubálgico, Geovanni e Nuno Assis dos trinta minutos e Nuno Gomes também entrapado. A somar a este lote Mantorras, ou "Nokneeman". No banco Trap, dos mil títulos passados e do nada provado aos portugueses.

E o jogo? O jogo foi o que o Sporting quis que fosse.

Na primeira parte lento a meio campo e sem chama. Táctica, marcações e mais táctica. O Sporting impôs o ritmo, e passou a primeira parte a cheirar as fraquezas dos encarnados. E nós? Nós remetiamo-nos aos passes para o lado e para trás, sem imaginação nem fogachos. Pouco para quem queria ganhar. Bem para quem não queria ganhar só até ao intervalo.

Na segunda parte dois ataques para golo de Simão, na sequência de duas perdas do meio campo leonino (a corrigir para a final da UEFA...olha o Love!). E que perdidas do Simão . Quando o nosso melhor marcador falhava dois golos feitos, as esperanças caiam a pique. Depois as substituições. Para mim, o pecado de Peseiro. Falhou pela cartilha. Tello tinha estado bem nos últimos jogos, mas não como lateral, mesmo tendo Rui Jorge um amarelo. Pinilla tinha decidido, mas vinha de uma lesão, e trocá-lo por Douala foi vender a televisão para comprar o video. Por fim Viana por Rochemback. Mais uma troca por um amarelo. E tudo ainda a vinte minutos do fim. Trap já não tinha de esperar mais nada do banco do Sporting. Era a sua vez. Sem extremos a temer pode trocar Miguel por Mantorras. Moutinho passou para o meio e andava no mesmo sitio de Viana. Barbosa só queria jogar com Sá Pinto (e que bem o fizeram). Com Mantorras na frente Custódio ficou com ele e Beto com Nuno Gomes. Abriu-se o meio campo. Por onde entrou Ricardo Rocha até sofrer falta de Pinilla.

Depois, o impensável. Os tecnicamente sofríveis, tacticamente superáveis e psicologicamente fracos estavam a ganhar. O velhote tinha substituições. O novato só podia mexer nas peças. E ainda ficou com menos uma, fruto de um velho hábito do sempre futuro central do Real Madrid.

No fim, festa. Pelo derby, nada mais. Destaques para Luisão pelo golo e para Nuno Assis que mostrou qualquer coisa. Miguel não devia ter jogado. Destaco também que, felizmente, Karadas nem se equipou.

Quanto ao árbitro, bem, foi o melhor em campo. Mesmo tendo deixado passar dois ou três amarelos (a Simão no lance com Polga, a Pinilla no lance com Rocha e a Rochemback num lance qualquer na primeira parte). O golo, para mim, é sem espinhas.

E agora? ...agora outros posts o dirão que o texto já vai longo e a expectativa também.

Venha o trabalho que também há vida para além da bola.

Um abraço,

guifes

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