segunda-feira, junho 04, 2007

A Liga e o futuro...

A temporada que ora finda teve um vencedor, o FC Porto. Dir-se-à que candeia que vai à frente alumia duas vezes. Começando à frente como campeão, como o mais apetrechado em soluções dentro do plantel e como o financeiramente mais forte, o clube azul e branco só não começou à frente em estabilidade, parametro onde o Sporting, repetindo grande parte do plantel e especialmente o treinador, tomou a dianteira. O Benfica só começou mais cedo, mas em nada mais adiantado.

Esta época não ficará marcada pela carreira europeia dos 3 grandes. O FC Porto fez uma boa 1ª fase da CL, arrecadou dinheiro e fama e saiu de cabeça erguida frente ao Chelsea no fim de Fevereiro, altura em que estava pior fisicamente. O Sporting, depois de um prometedor 1-0 ao Inter, escorregou e caiu sucessivamente, acabando em 4º no grupo, e saindo das competições europeias logo em Dezembro. O Benfica não conseguiu repetir o brilharete de 05/06 e, num grupo acessível, foi relegado para a Taça UEFA. Depois de quatro exibições fraquinhas frente a Dinamo de Bucareste e PSG acabou por cair, morto de cansaço, aos pés de um acessível Espanhol de Barcelona já no fim de Abril.

Ora, se pensarmos que nenhum dos três lembrará 06/07 como um ano de afirmação europeia, o Benfica lembrá-lo-à como um ano farto em parra e nulo em uva tanto lá fora, como cá dentro. Permitam-me então que comece pelos “meus”.

Começo, para começar bem, pelo fim. Nove e meio, é quanto dou de nota em avaliação contínua a este ano de Benfica. Negativo, porque nada ganhou, mas com a atenuante das lesões de jogadores chave em alturas chave. Negativo, mas a rasar a perfeição nos 7 meses (se calhar são 6...) sem perder. Negativo, mas sem perder em casa. Negativo, mas atacado por vagas “sistemáticas” de controlos anti-doping desde o futebol à sueca, por escândalos causados internamente (Sôr Veiga, por exemplo), por adiamentos causados pelo caso “mateus”, por vendas de titulares em Janeiro (é assim o futebol!) tudo extras, imponderávies e irrecusáveis que o Sr. Santos certamente dispensava.

Mas dou nove e meio e arredondo para dez. Passo o homem ao ano seguinte, dou-lhe a minha confiança e espero que concretize o que vem a prometer. Mas não o faço sem uma série de notas tiradas das lições aprendidas este ano, essas sim, perfeitamente resolúveis e da responsabilidade do Sr. Santos. A saber, a pouca rotatividade de elementos do plantel, o excessivo número de jogadores até Janeiro, as substituições aos 92 minutos, a disciplina (vide jogo no Bessa) e o raio da desculpa gasta e prevísivel do “Entrámos mal.” Foque-se o porquê, homem....Entraram mal vezes suficientes para entrarem bem uma ou duas.

Agora a parte boa, a especulação. E para o ano? Ò Fernando, por mim, era assim.

Moreira e Quim ficam e dás a titularidade ao Moreira. O 3º guarda redes é um miúdo. O Moretto pode ir a andar.
Na defesa, contratado o Zoro (defesa central e direito), é manter. Nelson, Luisão, D. Luiz, Leo e Miguelito ficam. Falta um. José Fonte é o meu preferido. Ah, e vendia o Anderson!
Na linha média só contratava o Ruben Amorim. Depois Petit, Karagounis, Katsouranis, Nuno Assis, Rui Costa, Simão e F. Coentrão são suficientes. Marco Ferreira, Karyaka, Manu, P. Jorge, J. Coimbra e Beto eram todos dispensados, trocados ou vendidos. E claro, vendia o Manuel Fernandes antes de mais. Se o Manel ficar (o melhor de todos os negócios) nem o Amorim comprava.

Na frente, o grande investimento. Convém recordar que de Miccoli, Nuno Gomes, Derlei, Mantorras e Kikin restam Nuno Gomes e (meio) Mantorras. Se o Nuno decidisse sair e libertar o Benfica do seu enorme ordenado, talvez a compra do italiano fosse viavél. Sem a saída do nosso 21, acho díficil. Assim, em “cima” de Nuno Gomes e Mantorras tem o Benfica de somar valor. Carew (o sonho!), Lucareli, Pauleta, Urzaiz, Mista ou noutro plano Dady, Linz ou outra solução interna menos onerosa (Yan Dabao à cabeça). Uma coisa é certa, a necessidade que levou à contratação de Kikin, Marcel, Karadas e outros “pretendentes a cabeceadores” continua por suprir. Haja coragem de tentar outra vez, mas em alguém com menos margem de erro.
Resumindo, Moreira, Quim, Nelson, Zoro, Luisão, D. Luiz, J. Fonte, Miguelito, Leo, Petit, R. Amorim, Karagounis, Katsouranis, Simão, Nuno Assis, Rui Costa, F. Coentrão, Mantorras, Linz, Nuno Gomes e Carew.

Voltando à analise do que foi esta época, foco-me agora, no Sporting.
Paulo Bento sabia que o plantel tinha falhas. Farnerud, Paredes, Bueno, Alecssandro, Ronny (provavelmente mais alguém que não me lembro) foram muito menos “reforços” que Miguel Veloso ou Yannick. Não que não tenham tido os seus momentos de glória, mas regularmente não foram os reforços que Paulo Bento desejava. Muito me surpreenderia se ficassem todos na época vindoura.

Após um prometedor início de temporada, Paulo Bento andou sempre em busca dos acertos à espinha dorsal mais que definida. Ricardo, Caneira, Polga, Moutinho, Nani e Liedson teriam de ser coadjuvados por auxiliares que no mínimo não comprometessem. E o plantel chegou a parecer curto quando se percebeu que C. Martins não cumpria anos de promessas, que Alecs e Bueno não eram diamantes, que Paredes e Farnerud não eram portentos. Mas a “cantera” resolveu. Da “Quinta do Futre” despontaram uma estrela, Miguel Veloso, e uma esperança, Yannick. Mas ainda faltava gente. Tonel, Tello, Abel e especialmente Romagnoli acabaram por fazer seus os lugares em aberto após uma disputa interna sempre baseada (ou pelo menos é essa a imagem que passa) em critérios de preserverança, trabalho e qualidade. E é esse o mérito de Paulo Bento. Poderá dizer-se que entre Polga, Caneira e Tonel só deviam jogar dois. Eu até acho que sim. Mas o Sporting não perdeu fora, teve um ano defensivo excelente, excepção feita apenas em casa frente ao Spartak e fora frente ao Beira-Mar. Não terá escapado por aí o ponto que faltou.

E agora? Escrevo isto no dia em que Tello assinou pelo Besiktas, tenho essa vantagem, mas vamos olhar o platel com atenção. Ricardo é a maior estrela internacioal do clube. Bem ponderado, era a melhor venda possível. Sim, porque mesmo em ano de repetição de CL não se pode dizer que por ter almoçado uma vez, o Sporting é um senhor enfartado, embora esteja, no mínimo, satisfeito. Partindo do principio que nenhuma pérola sai (Nani está na pole position), eu negociaria Ricardo tendo o olho outros bons guarda redes portugueses como o suplente (Rui Patrício) ou Daniel Fernandes. Na direita Abel fica, M. Garcia sai e Mário Sérgio poderia regressar. Na esquerda (sem Tello), Rony não parece ser opção mas Alvim, Antunes ou André Marques poderiam resolver. No centro, o problema. Numm dossier tipo Miccoli, o Sporting conta com a vontade de Caneira ficar e com a disponibilidade do Valência gostar de gastar em vão. Só com Polga, Tonel e Paulo Renato fica a faltar alguém. Luis Carlos do Paços, Rolando (Belem) ou Nuno Morais (ex-chelsea) poderiam ser opções, mas que não fariam esquecer Caneira. O meio, com a anunciada saída de Custódio, fica Veloso (dono e senhor do lugar pelo menos no Sporting) e Paredes. Nos dois lugars do meio, Moutinho e Nani, com a “ajuda” de Farnerud e Pereirinha (que não me convenceu). João Alves poderia ser moeda de troca com A. Madrid (assim o Porto deixe), mas cheira-me que vem aí aposta em brasileiro porque não saindo ninguém do triângulo, procurar-se-ão suplentes com possibilidade de lutar pelo lugar e não para meter ninguém no banco. Para acompanhar Romagnoli, aconselho uma boa aposta. O argentino parece ser dos que buscam assinar para se poderem encostar e, passando ao quadro, auguro pouco sucesso a esta contratação. Figo é certamente o desejado (que nº 10 teriam!) mas algo mais “light” como Basturk, De la Pena ou Maniche. Na frente, haverá Liedson, Varela, Yannick e outro. Bueno não, Alecs tb não me parece, por isso o tal complemento cabeceador seria o ideal. Acho que aqui a lista é igual à do Benfica. E pronto. Daniel Fernandes, Abel, Polga, Tonel, A. Marques, Veloso, Moutinho, Nani e Figo, Yannick e Liedson. Acho que ficariam satisfeitos!

Guifes